Na reunião realizada nesta quarta-feira (30 de julho de 2025), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano, encerrando o ciclo de sete aumentos consecutivos iniciado em 2024.
A decisão foi unânime e reflete a compreensão de que a política monetária já alcançou patamar suficientemente restritivo para conter a inflação — que, em doze meses até meados de julho, manteve-se em 5,3%, acima da meta de 3% (±1,5 ponto). Os principais elementos considerados incluíram:
- Desaceleração da economia e queda de projeções de crescimento;
- Sinais de redução em núcleos de inflação, embora ainda pressionados;
- Riscos externos, como a possibilidade de tarifas dos EUA de até 50% sobre produtos brasileiros;
- A necessidade de observar o impacto acumulado das altas anteriores.
Embora a taxa seja mantida, o BC reforçou que poderá retomar o ciclo de ajustes se julgar necessário. A próxima reunião está prevista para 16 e 17 de setembro, com possibilidade de cortes só no início de 2026 — muitos analistas projetam a primeira redução para janeiro, reduzindo a Selic para 14,75%. Esta política prolongada levou o Brasil a registrar hoje uma das taxas de juros reais mais altas do mundo, em cerca de 9,8% — atrás apenas da Turquia.
Fontes
Decisão unânime do Copom divulgada pelo Banco Central em 30 de julho de 2025; reportagens da Reuters e Agência Brasil sobre manutenção da Selic no mesmo dia.