Os fundos especializados em precatórios ganharam força no mercado financeiro em 2025. Segundo relatório da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os veículos classificados como FIDCs e FIPs voltados à aquisição de ativos judiciais captaram R$ 1,2 bilhão apenas no primeiro semestre do ano — o maior valor desde o início da série histórica.
A combinação entre queda da taxa Selic, retorno médio anual superior a 15% e maior previsibilidade no cronograma de pagamentos federais tem atraído family offices, seguradoras e até gestoras de previdência complementar.
Entre os fundos com maior captação estão:
- JPX Precatórios FIDC
- Gravitas Judicial FIP
- Atlas Previdência Especial
A Anbima alerta, no entanto, que a falta de um marco legal específico para o setor cria assimetrias entre os participantes e exige um alto nível de diligência dos investidores.
“A gestão de precatórios exige conhecimento jurídico, fiscal e contábil. A valorização do ativo depende da boa estruturação da operação e do acompanhamento processual”, afirma Beatriz Meneghetti, gestora da Atlas Asset.
Outro fator de risco identificado é a falta de padronização nas cessões e nos cadastros de credores, o que pode dificultar a liquidez secundária dos papéis.
Apesar disso, a tendência é de crescimento. Estimativas da consultoria Veritás Research indicam que o mercado potencial de precatórios judicializáveis no Brasil ultrapassa R$ 180 bilhões, sendo boa parte ainda fora do radar de fundos estruturados.
Fontes:
- Anbima – Relatório Semestral de Fundos de Investimento em Ativos Judiciais (jul/2025)
- Valor Econômico – “Fundos de precatórios se tornam alternativa após queda da Selic” (10/07/2025)
- Veritás Research – Panorama do mercado de precatórios no Brasil (jun/2025)
- Entrevista com Beatriz Meneghetti – Revista Capital Aberto (jul/2025)